Síntese
da obra
A obra como um todo se
classifica como futurologia sócio-política e tenta por meio de ensaios e
deduções explicar o que ira acontecer daqui a vinte ou trinta anos (somente em
países de primeiro e segundo mundo) quando a robotização atingir seu auge, e as
causas positivas e negativas que isto ira acarretar para nossa sociedade. Este
ensaio apresenta-se organizado em 2 grandes capítulos, da seguinte forma. O primeiro capitulo se restringira para as
consequências na sociedade em si, como a questão econômica, a questão do
convívio social a questão politica e principalmente as questões culturais. Já o
segundo capítulo enfatizara a mudança no individuo quanto à sociedade, a
procura do sentido da vida, a procura de um estilo de vida e a mudança nos seus
sistemas de valores.
PRIMEIRA
PARTE
-
Condições iniciais: as três revoluções técnico científicas
A primeira revolução
industrial ocorreu entre os séculos XVIII e XIX que foram as implantações principalmente
das máquinas a vapor nas indústrias.
Já a segunda revolução
industrial tratara da robotização e automatização de serviços que hoje em dia
são feitos por homens (trabalho manual) e para tanto três áreas em
desenvolvimento são de extrema importância para que essa revolução ocorra e se
concretize.
A primeira trata-se da
evolução da microeletrônica, em prol da indústria (robotização para ser mais
específico), não só da indústria mais dos transportes, na comunicação entre
outros, com o principal objetivo de substituir o homem pelo robô ou
simplesmente substituir a força física pela força mental, isso irá acarretar
vários problemas que iremos tratar nos próximos capítulos.
A segunda evolução trata-se
da evolução da biologia que com os avanços conseguira mudar o código genético
das plantas, animais e assim poderá não somente conseguir a cura para doenças
incuráveis, mas, criar plantas e animais que acabaram com a fome principalmente
em países muito pobres por um custo baixíssimo. Porem poderá trazer causas
negativas para o homem como a produção artificial de seres humanos para fins de
guerra, por exemplo.
E a terceira e não menos
importante evolução será a energética, conseguindo recursos que são renováveis
como a energia solar, geotérmica, ventos, das correntes de água e
principalmente a nuclear, essas formas de energia sem sombra de duvidas irão
ajudar para a revolução acontecer, porem se usadas com más intenções (como por
exemplo, para fins militares) causarão um dano irreversível a nossa sociedade e
principalmente ao nosso planeta.
Nenhuma evolução humana será
negativa, porém se usada de maneira errada causara um estrago inestimável a
todos nos.
-
Mudanças na formação econômica da sociedade
O autor aponta que o
principal problema será como conter uma massa que perderá seu emprego devido à
robotização e a automação. Com isso apresentam-se alguns dados importantes que
são: uma a cada três jovens não tem emprego e até o final do século mais de 35
milhões de empregos serão eliminados devido à automação.
Para evitar um problema
maior (no caso seria manifestações violentas, devido à falta de renda), a única
solução será prevenir esta situação e uma das principais formas é a diminuição
da jornada de trabalho (para que todos possam exercer uma forma de trabalho) e
uma nova reformulação de renda (para que a pobreza não se torne algo normal)
Com essa robotização os
empresários se tornarão mais ricos e consequentemente irão ter que pagar seus
antigos funcionários e lhes proporcionarem uma atividade alternativa para que
estes não caiam em depressão e não se tornem delinquentes por falta de renda e
ocupação.
-
Mudanças na formação social da sociedade
O autor afirma que nenhuma
mudança futura pode ser prevista com extrema certeza, porem ele acredita que
com a automação e a robotização haverá o desaparecimento da classe trabalhadora
e do trabalho (no sentido tradicional do termo), não só no meio urbano mais
principalmente no meio rural. Sendo assim este lugar será preenchido por
engenheiros, cientistas e técnicos, que futuramente serão os únicos
“trabalhadores”.
Com tudo não haverá uma
equiparação entre o trabalho manual e o trabalho intelectual e sim a eliminação
do trabalho manual, transformando a educação na única forma de poder atingir um
status social desejado. Desta forma os avanços nivelarão a cidade e o campo
tirando a sensação de isolamento, e oportunizando uma melhor condição a todos,
ou seja, não haverá diferença alguma entre campo e cidade tudo isso graças aos
avanços dos meios comunicação, transporte, e saúde.
Porém esse igualitarismo
social poderá alavancar um novo problema, que podemos chamar de “controle
social”, que fiscalizara toda e qualquer ação que for feita e gravara num banco
de dados individual para qualquer hora possa ser usada contra você, graças aos
avanços que a tecnologia proporcionara.
-
Mudança na formação política da sociedade
Segundo o autor hoje vivemos
em uma sociedade de certa forma democrática, porém depois da segunda revolução
industrial devido ao enriquecimento exagerado de muitos (donos de indústrias),
que ganharão muito mais dinheiro pois poderão produzir 24 horas por dia, essa
democracia poderá acabar pois o estado não terá mais poder de impor sobre eles
sua democracia, porque quem irá pagar essas pessoas desempregadas serão esses
donos de indústrias que potencialmente irão impor o totalitarismo, que
provavelmente será aceito, graças a docilidade que a sociedade se tornara
perante a eles (meramente uma hipótese).
Deste modo o povo ficara
mais rico (tendo todo o bem material que deseja) e não se importara mais com a
política deixando um espaço absurdo para a imposição do totalitarismo. Sendo
assim a única forma de deter essa imposição é desde já começarmos a nos
conscientizar por meio de miniestações publicas contra a imposição deste novo
regime totalitário.
Os países socialistas estão
muito atrás pois não possuem um avanço principalmente na microeletrônica devido
a petrificação de muitas disciplinas que são essenciais para o desenvolvimento
de tal área, deste modo a corrida da segunda revolução industrial se dará
principalmente no âmbito técnico científico.
Nesta nova sociedade
teoricamente sem problemas sociais, o estado se fortalecera ainda mais, pois
ficara na “administração das coisas” (transporte, saúde, economia) e não
precisara mais perder seu tempo com brigas entre pessoas.
Com isso o estado se
centralizara nas questões de interesses de todos e se descentralizara para
questões que são de âmbitos regionais, tendo esse poder para decisões próprias,
tornando assim a democracia mais ampla e de certo modo mais limpa para todos
(meramente uma hipótese).
- Mudança
na formação cultural da sociedade
É o que mais vai sofrer com
a segunda revolução industrial. Criaram-se autômatos falantes que substituirão
(com programação específica) o professor e a forma de ensino.
Com a automação e a
robotização, o Estado se centralizara causando assim o desaparecimento das
culturas, dos valores e das crenças regionais, passando assim a ter uma única
cultura para todos (fruto da informatização).
E essa única cultura se
baseara principalmente em países que possuem o capital necessário para
controlar as mídias (jornais, revistas, tv e internet), alienando ainda mais a
população e causando o que chamamos de “capitalismo centralizado”.
O ritmo será diferente
alguns anos representarão vários séculos.
-Observações
sobre a especificidade de países do terceiro mundo.
Para falarmos das
consequências da segunda revolução industrial nos países de terceiro mundo
devemos excluir alguns países dentre eles: a China, países ricos da América do
Sul (Brasil, México, Venezuela, Argentina), países do norte da África (Argélia
e Egito) e países petrolíferos do Oriente Médio. Pois esses países considerados
de terceiro mundo tem uma economia muito forte e logo se tornarão potencias
mundiais.
As consequências da
revolução industrial nos outros países de terceiro mundo podem ser tanto
catastróficas, quanto muito positivas.
Começamos pelo lado
negativo, os países de terceiro mundo servem de abrigo para as grandes
empresas, pois possuem uma mão de obra barata, porem depois que ocorrer a
revolução industrial os autômatos tomarão conta e essas empresas deixarão de
investir nesses países causando um declive muito grande na economia e um
desemprego estrutural gigantesco.
E o aspecto positivo é que
as tecnologias desenvolvidas pela microeletrônica poderão resolver os
principais problemas do terceiro mundo que são: a falta de água, a fome e
desertificação dos solos. Porém para que essas tecnologias cheguem os países
industrializados deverão vendê-las, a um custo baixo e acima de tudo incentivar
esses países a criarem uma educação forte (que é à base de tudo) para que esses
países saiam desta condição (algo que raramente irá acontecer).
SEGUNDA
PARTE
- O individuo humano e sociedade
informática.
Acima de tudo a revolução
industrial afetará o individuo humano e o destino de cada um de nós. Portanto o individuo nasce como uma folha de
papel, onde pode ser escrito tudo nela, ou seja, é a sociedade que irá lhe
passar os valores, costumes e crenças e ele irá absorvê-los e se tornar parte deles.
Sendo assim esses valores,
costumes e crenças certamente no futuro serão mudados para melhor ou para pior
tudo isso graças a nova revolução industrial que esta por vir.
-
Individuo e sociedade
Segundo o autor o homem
moderno não pode viver fora de uma sociedade e por isso deve seguir as normas
impostas por ela. Para isso o autor cita que o individuo humano depois da
revolução industrial não vivera mais no individualismo total mais sim em uma
mescla de individualismo moderno e totalitarismo.
Esta falta do que fazer,
gerara problemas muito graves principalmente em jovens que estão ainda em
formação. Esses jovens irão se juntar e formar as chamadas “famílias ampliadas”
como forma de terem algo para se dedicarem e assim não recorrerem para o caminho
da delinquência.
- O
homem a procura do sentido da vida.
Para o autor sentido da vida
são os conteúdos que motivam o agir do homem e a perde deste sentido causara um
vazio existencial (não encontra mais motivo para viver). Portanto o homem que
perde seu trabalho ao mesmo tempo perde sua motivação e consequentemente seu
sentido da vida.
E o maior problema de todos,
são os jovens que quanto atingirem a idade normal para trabalharem, não terão o
que fazer e poderão partir para o alcoolismo, toxicomania e principalmente para
a delinquência juvenil. Daí a motivo pelo qual deve se encontrar formas
alternativas de ocupações, não só do tempo mais que deem um status de vida digno
para que esses milhões de pessoas desempregadas tenham o que fazer, e terem um
motivo para poderem viver. E uma forma de resolver esse problema de certa forma
simples é a educação remunerada permanente de todos.
Para tanto é certo que uma
intensa atividade social normalmente se inicie apenas quando o mal já se
manifestou claramente, causando inevitáveis danos.
- O
homem á procura de um estilo de vida
O autor aponta que haverá
grandes transformações na condição do homem para com a sociedade. Uma dessas
grandes mudanças será o fato de que o trabalho não servira mais como forma de
sobrevivência, mas sim como certo tipo de lazer, distração, ou seja, não haverá
mais cobranças, stress, trabalho tradicional e sim criatividade e satisfação
para inventar seu “próprio trabalho”.
Com isso as condições do
homem e da mulher se nivelarão não existindo mais o preconceito que há hoje.
Para tanto essas situações
podem representar um grande risco para a sociedade (principalmente os jovens)
que terão muito tempo livre e esse pode se transformar em tédio e até mesmo em
atos delinquentes (revoltas, quebra-quebra por não terem o que fazerem) que irão causar um grande dano
a toda a população.
Portanto o homem não
sobrevivera sem poder expressar seus sentimentos e sem ter um hobby para poder
gastar seu tempo (já que dinheiro não será mais o problema para ninguém).
- O
homem a procura de um sistema de valores.
Para o autor é a sociedade
que influi nos valores e atitudes do homem e com isso esses valores e atitudes
mudam conforme o tempo e o espaço.
Um valor que certamente será
mudado depois da revolução industrial será o de que as pessoas não verão mais a
riqueza como uma condição para manterem um status melhor que a outra (já que
ninguém precisara trabalhar para viver), pois não terão um objetivo para qual
alcançarem (já que todos serão iguais e terão condições de frequentarem os
mesmos lugares), e com isso eliminar um dos principais fatores que geram o
preconceito na sociedade de hoje.
Depois da revolução os
cientistas (a grande maioria devido a demanda cada vez maior de tecnologia),
buscarão a fé para se manterem lúcidos e continuarem suas buscas por respostas,
mas não essa fé elitista e sim a fé dos valores que a religião traz para
poderem “aliviar seus espíritos”.
A sociedade informática não
garante automaticamente o paraíso.
Comentário
Crítico
O presente livro mostra-se
muito produtivo e interessante sobre as questões futuras principalmente depois
da chamada segunda revolução industrial. Porém não consegue trazer comprovações
e deixam o leitor sem rumo com relação às consequências se serão mais positivas
ou mais negativas no âmbito social.
Discordo em uma questão que
fica confusa quando o autor cita que depois da revolução industrial a questão
das diferenças entre classes (não só econômica, mas também de preconceitos
gerais como racismo, homofobia, diferença entre homem e mulher) não existira
mais, a meu ver mera especulação que nunca se tornara realidade pelo simples
fato de que quando todas as classes se igualarem sem nenhum tipo de briga e
preconceito não existira mais estado e muito menos politica (fato que nunca ira
acontecer porque ninguém que esta em cima ira ceder para uma melhor condição de
todos).
Porém concordo com o autor
quando ele demonstra que com a extinção do trabalho (em sua forma tradicional)
a população irá entrar em um tédio profundo causado esta “falta do que fazer”
(principalmente os mais velhos que estão muito acostumados com esse valor do
trabalho). Este valor se refere a busca diária por uma melhor condição, pode
parecer algo banal, mas se for analisado friamente o trabalho, a função que
acordamos todos os dias para desempenharmos (mesmo que odiamos) é uma
necessidade e ao mesmo tempo uma forma de nos motivarmos cada dia mais a buscar
um lugar melhor para cada um de nós. E depois do desaparecimento do trabalho as
gerações mais jovens que não aprenderão esse valor irão ocupar seu tempo livre
muitas vezes para atos ilícitos, como roubos, furtos, entre outros. Por isso a
necessidade de se criar “trabalhos voluntários” para que esses jovens (principalmente) se ocupem
com algo que irá ajudar não só eles mas a sociedade interna (fato que o autor
propõem).
Para tanto este livro foi de
suma importância para me condicionar a pensar no que ira acontecer no futuro
não tão distante e com ele entendi muitos aspectos que nunca tinham se passado
em minha cabeça e com certeza evolui muito em meu pensamento critico (e até
mudei alguns conceitos que tinha) com relação a sociedade e seus avanços com a
revolução industrial.
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