No inicio, quando os
portugueses descobriram o Brasil, estes o utilizaram como se fosse uma empresa
temporária, onde seu único objetivo era enriquecer.
Porém, quando chegaram ao
Brasil, descobriram que aqui existia um grande número de índios (que na sua
concepção não eram considerados pessoas), deste modo tiveram que catequiza-los
e assim utiliza-los como fonte para exploração de matéria prima (fato que vai
contra o cristianismo).
Depois de alguns anos os
portugueses, foram até a África e arrancaram os negros de suas terras para
trazerem ao Brasil, para que estes servissem de escravos, não possuindo nenhum
direito, e sendo considerados como objetos.
Portanto, no Brasil existiam
três raças, sendo essas: os portugueses (únicos detentores do poder), os índios
(catequisados, eram utilizados para a exploração) e os negros (escravos sem
nenhum tipo de direito).
No começo, o poder foi dividido em capitanias
hereditárias, as quais davam autonomia ao seu donatário para administrar,
legislar e julgar conforme a sua vontade.
Porém, esse sistema não
obteve êxito, decidindo assim a coroa portuguesa, centralizar todo poder e
nomear um governador-central. Assim o poder judiciário, consequentemente também
foi centralizado criando-se o cargo de ouvidor-geral, o qual possuía função de
maior autoridade (primeira instância).
Somente no ano de 1609 foi
criada a segunda instância, a qual era composta por dez desembargadores, um
ouvidor geral, um juiz dos feitos da coroa e o governador geral (este não
possuía voto).
E no ano de 1808, transferiu-se
a última instancia para o Brasil, sendo esta chamada de Casa da Suplicação, a
qual se localizava no Rio de Janeiro, e só era utilizada em casos muito
especiais.
Para garantir sua autonomia,
os portugueses criaram cargos públicos, chamados de burocratizados, aonde
somente pessoas vindas de Portugal poderiam exercer essas funções (juízes,
desembargadores), garantindo assim sempre a hegemonia portuguesa no Brasil. As
burocracias ficavam sempre longe da população nativa em geral, para não ser
influenciada em suas decisões.
Porém não foi desta maneira
que se desenvolveu a organização judiciaria brasileira. Pois, como no Brasil
existia uma elite local que praticamente detinha todo o poder (também vindos de
Portugal) e os burocratas não recebiam tantos privilégios. Começaram então as
chamadas “trocas de favores” entre estas duas classes, rompendo assim qualquer
imparcialidade com relação à justiça.
Assim, os burocratas traziam
até mesmos suas famílias, pois aqui devido a sua importância, eram mimados pela
elite local em troca de alguns favores particulares. Outra pratica comum dos
burocratas era a de casar com uma filha de um fazendeiro rico, assim este teria
sua vida de nobre garantida e ao mesmo tempo o fazendeiro, pai da moça,
garantiria todas as suas vontades frente ao poder judiciário, pois teria o
caminho livre, sem nenhum tipo de restrição.
Contudo, percebe-se que a
imparcialidade e a neutralidade que deve ser a base do poder judiciário,
naquela época não existiam e com isto hoje no Brasil, colhemos os frutos desta
corrupção, onde nossos governantes não sabem diferenciar o publico do privado e
quem sofre as consequências é o povo que trabalha.
Gostaria de concluir com uma
frase escrita por Habermas, onde “os erros são importantes”, desde que esses
sirvam de ensinamento e no futuro não voltem a ser cometidos novamente.
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